O diretor-presidente da ACCeasa, Emílio Brandi, participou, no dia 31 de agosto de apresentação de pesquisa realizada pela área de Estudos Econômicos da Fecomércio-MG, em parceria com o Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios de Belo Horizonte (Sincovaga-BH). O Sincovaga reuniu empresários do setor e autoridades de segurança pública do estado para apresentação do levantamento, que tem como objetivo auxiliar todo o setor na promoção de práticas que possam evitar ou reduzir a ocorrência de crimes nos estabelecimentos. Além disso, serve de base para a elaboração de projetos e pesquisas de outros ramos de atividade e para a cobrança de mais políticas públicas no sentido de solucionar a questão e proporcionar mais segurança à população.
A primeira edição da pesquisa foi em 2013. Neste ano, a equipe técnica de Estudos Econômicos da Fecomércio ouviu 364 empresas de diferentes regiões da capital, entre 10 e 18 de agosto.
De acordo com a pesquisa, O número de crimes contra supermercados cresceu em Belo Horizonte nos últimos 12 meses. Nesse período, 54,4% dos estabelecimentos registraram algum tipo de violência, contra 44,5% que passaram por essa situação na avaliação do ano passado. Entre os problemas enfrentados neste ano, chama a atenção a ocorrência de assaltos à mão armada a comerciários: 54,9% dos crimes registrados, enquanto, no ano passado, esse índice era de 26,8%. Outras ocorrências são furtos à loja (20,6%), assalto à mão armada a clientes (12,3%) e assalto a comerciários sem uso de arma de fogo (3,6%). “O setor tem sido um dos principais alvos da violência em Belo Horizonte. Além do prejuízo direto, ainda há um desvio de recursos que poderiam ir para outras áreas se protegerem. Pelo levantamento, percebemos que, nos últimos cinco anos, a questão tem impacto também no consumidor, gerando mais perdas aos empresários”, afirma a analista de pesquisa da Fecomércio MG, Elisa Castro.
Segundo o presidente do Sincovaga BH, Gilson de Deus Lopes, o estudo confirma o que já era percebido no dia a dia das lojas: “Infelizmente, a piora no quadro de violência era previsível, devido ao cenário econômico do país. Isso provoca uma situação traiçoeira, em que o empresário acaba substituindo o papel do Estado e retirando dinheiro de capital de giro ou para investimento no negócio a fim de usá-lo em segurança. Tudo na tentativa de minimizar os problemas. Por isso, essa pesquisa é extremamente útil para discutirmos com os órgãos públicos ações de prevenção, atacando os principais pontos de forma direcionada”.
O coronel Winston Coelho Costa, comandante do Comando de Policialmento da Capital (CPC), cobrou maior participação dos comerciantes nas reuniões com a polícia: “A população tem até participado, as redes de vizinhos, por exemplo. Mas o contato com a população é em um número maior que do próprio setor de comerciantes”. Segundo ele, o papel dos empresários é importante para direcionar as ações da PM.
O secretário-adjunto de Segurança Pública de Minas Gerais, Ailton Aparecido de Lacerda, disse que a pasta vai trabalhar junto às instituições para tentar diminuir os delitos: “Talvez até novas estratégias, apontadas pelas instituições e coordenadas pela secretaria, para tentar diminuir as ocorrências, principalmente naquelas áreas que têm mostrado maior índice.”